
A evolução tecnológica dos Sistemas de Informação Geográfica em Portugal atravessa décadas de desenvolvimento, culminando em soluções que sustentam hoje o planeamento, prevenção e resposta a riscos múltiplos. Entre os exemplos mais inovadores e de referência encontra-se o “WebSIG InfoRiscos”, uma plataforma online desenvolvida sob a Estratégia Nacional para uma Proteção Civil Preventiva (ENPCP), aprovada em 2017. O InfoRiscos não é apenas uma ferramenta técnica: representa uma aposta estratégica na democratização do acesso à informação geográfica essencial para cidadãos, técnicos de proteção civil, decisores públicos e para o perito avaliador de imóveis certificado.
História e contexto
O InfoRiscos nasce do compromisso nacional com a mitigação e gestão eficiente de fenómenos naturais (cheias, sismos, incêndios) e tecnológicos (acidentes industriais), consolidando dados oficiais de múltiplas fontes e tornando-os acessíveis num ambiente digital interativo. A plataforma, coordenada pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), reflete uma abordagem integradora, onde a participação das autarquias locais é reforçada, estimulando ainda o envolvimento e consciência dos cidadãos sobre os riscos que influenciam cada território. A própria Estratégia sublinha que a proteção é responsabilidade de todos, e que o conhecimento é a primeira linha de defesa.
Impacto na prevenção e planeamento
O InfoRiscos reforça critérios para ordenar o território, promover ações preventivas e responder com maior eficácia a emergências. As autarquias utilizam a plataforma para criar planos municipais de proteção civil, identificando áreas vulneráveis ou prioritárias para futuras intervenções. Os cidadãos podem antecipar riscos na sua área de residência ou trabalho, e agentes da proteção civil beneficiam de um sistema robusto para coordenar resposta rápida e informada.
A integração de dados oficiais e atualização permanente
Segundo o modelo da ENPCP, uma das prioridades do InfoRiscos é garantir a fiabilidade dos dados integrados. A plataforma está ligada a bases de dados oficiais nacionais, regionais e locais, que são regularmente atualizadas. Assim, os mapas e os relatórios refletem sempre o estado mais recente dos riscos, tornando-se ferramentas vivas para planeamento e gestão.
Perspetiva comparada e futuro dos WebSIG
Portugal junta-se a muitos países que entenderam o valor dos SIG na proteção civil, mas distingue-se pela aposta num portal público, acessível e intuitivo. A rede InfoRiscos potencia um novo paradigma, onde a tecnologia serve não apenas entidades governamentais, mas também cada pessoa, promovendo uma sociedade resiliente. O futuro da plataforma aponta para maior integração com sistemas de aviso à população, mobilidade, e cruzamento com outros dados relevantes para segurança e qualidade de vida.
Conclusão
A implementação do InfoRiscos marca um salto qualitativo na relação dos portugueses com o território e a gestão de riscos. Trata-se de um exemplo claro de como a tecnologia pode transformar a prevenção em algo acessível, envolvente e eficaz. O investimento continuado neste tipo de soluções solidifica Portugal na vanguarda da proteção civil europeia, promovendo comunidades mais informadas, preparadas e seguras.


