Nos últimos anos, o custo da construção tem tido um impacto muito forte no aumento dos preços na habitação. Não há ninguém que não se queixe deste facto, para lá da dificuldade em se encontrar mão de obra qualificada.
Nem a propósito, como acontece todos os anos, o Instituto Nacional de Estatística (INE) publicou o seu documento “Estatísticas da Construção e Habitação 2022” (1).
Este documento é muito interessante, pois faz uma caracterização exaustiva do “estado da arte”, com elementos informativos sobre o mercado de habitação e propriedades comerciais:
-Vendas de alojamentos familiares;
-Evolução de preços e preços da habitação ao nível local (que se baseiam em dados administrativos de natureza fiscal);
-Valores de avaliação de peritos ao serviço de instituições bancárias;
-Rendas de habitação ao nível local;
-Evolução dos custos de construção e índice de preços das propriedades comerciais.
A respeito deste último ponto, refere:
“Em 2022, pelo segundo ano consecutivo, o índice de custos de construção de habitação nova apresentou um aumento no ritmo de crescimento tendo registado uma taxa de variação média anual de 12,2% (+6,5% em 202113). Ambas as componentes do índice registaram um aumento face a 2021. No que respeita ao índice dos materiais, a taxa de variação foi +16,7%, superior em 9,0 p.p. ao aumento apurado em 2021.
Na componente mão-de-obra registou-se um crescimento de 6,3%, mais 1,2 p.p. relativamente ao ano precedente.”
Os quadros de resultados são disponibilizados separadamente e os resultados são apresentados com uma desagregação geográfica ao nível das regiões NUTS III, para a maior parte das variáveis.
Muita da informação que é descrita no documento pode ser encontrada em ficheiros “excel”, podendo ser trabalhada depois por qualquer perito avaliador de imóveis.
(1) Instituto Nacional de Estatística – Estatísticas da Construção e Habitação : 2022. Lisboa : INE, 2023. Disponível na www: <url:https://www.ine.pt/xurl/pub/280978640>. ISSN 0377-2225. ISBN 978-989-25-0646-3