A Revista Visão n.º 1560, de 26 de janeiro de 2023 traz uma secção “Imobiliário” muito interessante, questionando “Quanto rendem as casas”.
São entrevistadas pessoas muito conhecimento no mercado, como são exemplo Carla Costa Reis, com muita experiência no Alojamento Local, ou Paulo Caiado, presidente da APEMIP. Todos os entrevistados fazem uma apreciação muito correta sobre o “estado da arte”.
Complementarmente, apresenta algumas infografias sobre o mercado de arrendamento. É precisamente sobre estas infografias e sobre alguns comentários a elas produzido, que quero dar dois apontamentos, do meu ponto de vista de perito avaliador de imóveis.
O primeiro apontamento está relacionado com a utilização das rendas médias e não das rendas medianas. Existe algum perigo, na minha opinião, na utilização das médias, em detrimento das medianas, porquanto a média é afetada pelo valor extremo da amostra, ao contrário da mediana.
O segundo apontamento está relacionado com a afirmação “Analisando as capitais de distrito, é em Santarém onde é mais rentável a compra de uma casa para investimento, sendo o seu retorno na ordem dos 8%. (…)”.
Devemos ter algum cuidado quando interpretamos esta afirmação. Na verdade, o que estamos a dizer ao mercado não é só que Santarém é mais rentável. O que estamos a dizer é que investir em Santarém tem mais risco, e por isso é que os investidores exigem uma maior rentabilidade. Rentabilidade e risco andam sempre amigos, ou seja, quando um aumenta, o outro também aumenta.
Fazendo um paralelo com o investimento fundos de investimento, existem uns, mais conservadores, com uma rentabilidade menor, e outros, com maior risco, que podem proporcionar rentabilidades superiores.
Rentabilidade é a medida de quanto um investimento ou negócio gera de lucro ou retorno financeiro. O risco, por outro lado, é a possibilidade de que algo de negativo aconteça, como perda financeira. A rentabilidade e o risco estão relacionados, pois geralmente quanto maior o risco de um investimento, maior a possibilidade de obtenção de uma rentabilidade elevada, e vice-versa. Portanto, os investidores devem avaliar esses dois aspetos quando decidem onde investir ou como administrar seus negócios.
Este artigo foi elaborado por João Fonseca, perito avaliador de imóveis e perito avaliador de máquinas e equipamentos, registado na CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) com o registo PAI/2010/0019, membro 7313161 do RICS (Royal Institution of Chartered Seurveyors), RICS Registered Valuer, membro da TEGoVA e European Registered Valuer REV-PT/ASAVAL/2023/8, Vogal do Conselho Fiscal, Disciplinar e Deontológico da ANAI (Associação Nacional de Avaliadores Imobiliários), Perito da Bolsa de Avaliadores da Câmara Municipal de Lisboa, Associate Thinker no blogue out-of-the-boxthinking.blogspot.pt. É coautor do livro “Reabilitação urbana sustentável”, ISBN 978-989-8414-10-6. Possui uma Pós-Graduação em “Gestão e Avaliação no Imobiliário” pela Católica Porto Business School e tem o curso de formação em “Avaliação Imobiliária” pela Escola Superior de Atividades Imobiliárias. Tem escritórios na Rua Pinto Bessa, 522, RC, Centro, Esquerdo, 4300-428 Porto e na Rua Visconde de Santarém, 75 C, 1000-286 Lisboa. É formador em avaliação imobiliária na empresa Domínio Binário. A Lei n.º 153/2015 de 14 de setembro regula o acesso e o exercício da atividade e a profissão dos peritos avaliadores de imóveis que prestem serviços a entidades do sistema financeiro nacional.